Louis Garrel é um astro em ascensão. Galã francês tem sido mundialmente apontado como o sucessor de Gael García Bernal como galã não-americano. Prova disso é o musical Canções de Amor, de Christophe Honoré.

Dividido em três atos, o filme narra a vida emocional de Ismael. Num primeiro momento somos apresentados a sua relação tripla com Julie e Alice, numa celebração ao desejo do macho de possuir duas mulheres. No entanto, a morte de Julie acaba por desintegrar o “ménage à trois” e passamos a acompanhar uma grande mudança na sua vida.

A trama, por vezes enrolada demais, foi toda construída em cima das músicas, compostas anteriormente. O resultado são cenas boas, mas o destaque nos musicais é nítido. Diferente da tradição americana, de espetáculo no musical, As Canções de Amor traz o elenco em cenas leves, simples, como se as cenas estivessem sendo faladas e não cantadas.

Destaques do filme ficam por conta da talentosa Ludivigne Sagnier, com uma beleza que resgata as grandes atrizes francesas, como Catherine Deneuve. A presença dessa atriz, aliás, também se dá através de sua filha com o também ator Marcelo Mastroiani. Chiara Mastroiani protagoniza uma das mais belas músicas do filme, a tocante Au Parc.

Também chama a atenção a interação entre Ismael e Erwann, o jovem bretão vivido por Gregóire Leprince-Ringuet. Os dois atores constroem do segundo para o terceiro ato uma história crescente que torna o filme algo muito mais simples do que previsto anteriormente.

Canções de Amor bebe nas fontes da nouvelle vague com referências a grandes cineastas como Truffautt e Godard. No entanto é sua leveza e simplicidade que encantam o público.

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